Os mosaicos são conhecidos desde a civilização antiga. Há registros de mosaicos tão antigos, da época em que se utilizavam conchas, lascas de pedra e cristais. São registros que datam de até 50 mil anos atrás. Na arquitetura da civilização Babilônica (século VI a.C) há vestígios da utilização de materiais cerâmicos que foram utilizados em revestimentos. Na pirâmide do Faraó Zozer (5000 a.C), foi encontrada uma tumba revestida de porcelana, de cor verde azulada. Em 1803, quando foi aberta, mantinha as cores e sua intensa beleza original preservadas numa espécie de pastilhas de porcelana.
Na Grécia Antiga, já se usava o mármore colorido para compor mosaicos nos pisos dos templos. Foram denominados "Pinturas para a eternidade", pois realmente permitem uma conservação duradoura. As primeiras obras em mosaicos foram originadas na Mesopotâmia pelos sumérios há 5.000 anos e expandida posteriormente para a Europa, Egito, Macedônia (Região que abrange a Grécia, Iugoslávia e a Bulgária), China e por todo o mundo.
Durante a Idade Média, em Ravena, na Itália, foram feitos mosaicos igualmente belos em murais. Eram trabalhados em ouro e prata e exploravam temas religiosos. Os mais famosos são o da Basílica de San Vitale e o do mausoléu de uma rainha romana. "A Batalha de Issus" é considerado também um dos mais famosos, podendo ser encontrado na cidade de Pompéia, Itália. Representa um combate entre dois nobres.
A partir do século XI, a cidade italiana de Veneza tornou-se a capital do mosaico. Na Basílica de São Marcos, por exemplo, está um belíssimo trabalho. A partir do Renascimento, a técnica do mosaico tornou-se mais uma linguagem artística. No século XIX, alguns artistas, como o arquiteto espanhol Antoní Gaudí (1852-1926), a usaram na tentativa de conciliar a arquitetura e a decoração.
Os mosaicos deixaram a sua gloriosa marca na história no Império Bizantino.Em todo o império, os bizantinos faziam suas devoções em igrejas que resplandeciam a luz suave e dourada dos mosaicos, adornando paredes e abóbadas. Estas obras foram feitas por mãos de homens refinados, que em sua maestria cobriam qualquer superfície. Eram monges e artistas devotados da época que relatavam em sua arte personagens e passagens bíblicas.
Na modernidade do nosso tempo os mosaicos são utilizados em fachada de prédios, calçadas, interiores de edifícios, móveis etc. Com o aprimoramento das técnicas de produção ao longo dos tempos, as cerâmicas e porcelanas ganharam centenas de aplicações como produtos de revestimento. O processo artesanal deu lugar às linhas de produção industrial. Surgiram as pastilhas de porcelana que, por sua beleza e versatilidade, assim como pela resistência praticamente ilimitada a intempéries e outras condições de uso, passaram a ser utilizadas cada vez mais tanto externamente como internamente.
No Brasil, os mosaicos foram adotados primeiramente no Rio e em São Paulo, trazidos pelos franceses e italianos respectivamente. As primeiras pastilhas nacionais só começaram a ser produzidas no início do século. E foi a partir de São Paulo que o seu uso como revestimento externo se difundiu para todo o país. Dois exemplos importantes da utilização e da durabilidade das pastilhas na arquitetura são os prédios da Central do Brasil, no Rio de Janeiro e a sede do Banespa, em São Paulo, ambas construídas há mais de 50 anos e que até hoje preservam seus elementos originais.
:: [Texto de RÊ RODRIGUES (artista plástica), adaptado por ERY ROBERTO CORRÊA] ::
Fonte: http://br.geocities.com/ateliermacei/mosaico.html
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